Título original: A Herdade
Com:
Albano Jerónimo
Sandra Faleiro
Miguel Borges
João Vicente
João Pedro Mamede
Ana Vilela da Costa
Rodrigo Tomás
Beatriz Brás
Teresa Madruga
Diogo Dória
Ana Bustorff
Victoria Guerra
Álvaro Correia
Cândido Ferreira
António Simão
Tonan Quito
Fernando Rodrigues
Américo Silva
Dinis Gomes
Jorge Loureiro
Catarina Rôlo Salgueiro
Jorge Mota
Marco Paiva
João Arrais
Filipe Vargas
Marcello Urgeghe
Gabriel Timóteo
Eduardo Aguilar
Realização: Tiago Guedes
Argumento: Rui Cardoso Martins e Tiago Guedes
com a colaboração de Gilles Taurand
Direcção de Fotografia: João Lança Morais
Montagem: Roberto Perpignani
Direcção de Arte: Isabel Branco
Som: Francisco Veloso, Elsa Ferreira e Pedro Góis
Guarda-roupa: Isabel Branco e Inês Mata
Assistentes de Realização: Paulo Mil Homens, António Pinhão Botelho e Ana Mariz
Maquilhadora: Íris Peleira
Produtor: Paulo Branco
Co-produtor: Carlos Bedran
Uma co-produção Leopardo Filmes e Alfama Films Production
em associação com CB Partners e Ana Pinhão Moura Produções
com o apoio:
ICA - Instituto do Cinema e Audiovisual
Fundo de Apoio ao Turismo e Cinema
RTP - Rádio e Televisão de Portugal
Distribuição: Leopardo Filmes
Festivais e prémios
76º Festival de Cinema de Veneza 2019
Selecção Oficial - Em Competição
Prémio Bisato d’Oro para Melhor Realizador
Festival Internacional de Cinema de Toronto 2019
Selecção Oficial - Special Presentations
Óscares 2020
Candidato Português a uma nomeação na categoria da Melhor Filme Internacional
Prémios Goya 2020
Candidato Português a uma nomeação na categoria de Melhor Filme Ibero-americano
Globos de Ouro 2021 - Vencedor:
- Melhor Filme
- Melhor Actor - Albano Jerónimo
Prémios Sophia 2020 da Academia Portuguesa de Cinema - Vencedor:
- Melhor Filme
- Melhor Realizador - Tiago Guedes
- Melhor Actriz Principal - Sandra Faleiro
- Melhor Actriz Secundária - Ana Vilela da Costa
- Melhor Argumento Original - Rui Cardoso Martins e Tiago Guedes
- Melhor Direcção de Fotografia - João Lança Morais
- Melhor Montagem - Roberto Perpignani
33º Panorama of European Cinema (Grécia)
Prémio de Melhor Filme
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo 2020
Selecção Oficial
Waterloo Historical Film Festival
Prémio de Melhor Actriz para Sandra Faleiro
34º Mostra deValència
Göteborg Film Festival 2020
Dublin Film Festival 2020
25th Vilnius International Film Festival Kino Pavasaris
Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano de La Habana
Minsk International Film Festival Listapad
Tallin Black Night Film Festival - PÖFF
Macau Film Festival
La Habana Film Festival
European Union Showcase a Washington DC
IFFI - International Film Festival of India (Goa) - Selecção Oficial
Nota do realizador
O Peso das Heranças
O que faz de nós o que somos?
Ao longo da vida, são as opções e as escolhas que nos vão definindo, mas transportamos connosco matéria que não percebemos nem controlamos. Algo nos faz ser e agir, algo que nasceu connosco e nos foi passado, algo que herdámos. Este filme fala-nos dessas ligações invisíveis que nos definem e condicionam.
O cenário funciona quase como uma metáfora de tudo o que se passa com o nosso personagem principal, um homem carismático, daqueles maiores do que a vida. Ambos, o homem e a terra, começam grandiosos, imperiais, mas com o decorrer dos eventos vão revelando as imperfeições, as zonas cinzentas, e tanto um como o outro se começam a desmoronar.
A Herdade (palavra que tem origem no latim “Hereditas” tal como a palavra Herança) funciona quase como uma enorme ilha dentro de um país dominado por uma ditadura fascista. Uma espécie de reino dominado por um carismático príncipe anarquista e progressista. Mas que inevitavelmente chocará de frente com a vontade de mudança de um povo. Um confronto com as mudanças da história, com a passagem dos tempos. Eu quero muito filmar essas transformações humanas e territoriais. As consequências.
A paisagem de A Herdade será a descoberta da imensa lezíria e dos latifúndios de gado da margem Sul do Tejo. Uma visão insólita: o monte térreo, os celeiros, as searas, os cavalos, as lagoas ao sol, servirão de palco histórico, político e financeiro de Portugal nos últimos 60 anos, passando pela Revolução do 25 de Abril de 1974. E serão o espaço das obscuras acções das personagens, consumidas por angústias, preconceitos sociais, cobiças, amores e desencontros.
O universo de A Herdade remete-nos para muitos filmes que gosto profundamente. Filmes de espaços abertos, westerns perdidos no meio do nada, com personagens enigmáticos, que transportam segredos com eles como nos filmes de Leone e de Anthony Mann. Ao mesmo tempo que se exploram as relações humanas num tom de melodrama dos filmes mais clássicos de Minelli e Kazan.
Um filme de personagens, de actores, de interpretações fortes, da grandeza das paisagens que os envolvem e das consequências dos segredos que transportam. As heranças que nos deixam e as heranças que deixamos aos outros.
Tiago Guedes
Imprensa
«Notável retrato de um patriarcado feudal a ser devorado pelas circunstâncias que o rodeiam.»
Lee Marshall, Screen Internacional
«Um filme torrencial. Uma obra ambiciosa.»
Andrea Chimento, Il Sole 24 Ore
«A fotografia de João Lança Morais tem uma beleza formal inquestionável.»
Jay Weissberg, Variety
«A Herdade é um triunfo artístico enquanto olha os espectadores de frente, sem sobranceria.»
Pedro Marta Santos, Revista Sábado
«[Tiago] Guedes encontra o tom certo na forma como utiliza este material, ligeiramente mais austero do que o realismo puro. Eleva o clã e os seus problemas quotidianos para a esfera de algo que é intemporal e quase mítico, à semelhança do que [Eça] Queiroz.»
Boyd van Hoeij, The Hollywood Reporter
«Uma extraordinária saga de Tiago Guedes.»
João Barrento, Jornal de Letras, Artes e Ideias
«Um óptimo título da competição (…) é extraordinário ver-se o filme de [Tiago] Guedes na sua duração exponencial de 164 minutos, tudo de uma vez, imerso na imensidão da natureza silenciosa e maravilhosa, suspenso na flutuação do tempo.»
Davide Turrini, Il Fatto Quotidiano
«O cinema português prova que está bem vivo, nesse processo infindável de resistência que há muito o distingue.»
Eduardo Dâmaso, Sábado